REPORTAGEM
Amigos do homem e do verde
AGENTES AMBIENTAIS USAM APENAS 5% DO LIXO
Agentes Ambientais de Pesqueira          Diante das toneladas de lixo produzidas na cidade de Pesqueira, 13 famílias retiram o sustento, ao coletar diariamente matérias recicláveis das ruas, praças e avenidas, descartados.
          Essas famílias compõem atualmente a Associação dos Agentes Ambientais de Pesqueira, que foi fundada em 2004, a partir da saída dessas pessoas do local onde era destinado todo o lixo produzido na cidade. O lixão a céu aberto foi transformado em aterro sanitário e, por esse motivo, as famílias foram retiradas do local pela Prefeitura Municipal de Pesqueira, juntamente com a empresa responsável pela coleta do lixo das cidades de Pesqueira e Alagoinha.
          Os antigos catadores foram transformados em Agentes Ambientais com o apoio da Prefeitura Municipal de Pesqueira, que no início forneceu carroças e fardas para ajudar na realização dos trabalhos da associação. Cada agente recebe um litro de leite por dia, mais a quantia de R$ 100 mensais fornecidos pela Prefeitura. De acordo com Hamilton Didier, secretário de Urbanismo e Meio Ambiente do município, “após a associação a vida dos catadores mudou. Eles desenvolvem um trabalho que ajuda tanto a própria vida financeira, como também colaboram para a melhoria socioambiental”.
          Mesmo com o apoio recebido, a realidade de vida dos Agentes ainda é muito difícil, pois a renda depende principalmente da venda dos materiais coletados. Apesar de o município produzir aproximadamente 28 mil quilos de lixo por dia, os agentes conseguem selecionar apenas 5% deste total, ao trabalhar 13 horas diárias, o que garante menos de R$ 200 por mês após a venda do material.
          O senhor Luiz dos Santos, Agente Ambiental e presidente da associação, concorda que depois de sair do lixão as condições de vida mudaram, porém a situação financeira tornou-se desfavorável: antes eles tinham acesso a uma quantidade maior de materiais e agora conseguem bem menos. “Além de andar muito, é preciso procurar o material reciclável em meio aos demais, porque poucas pessoas separam o lixo em casa”, comenta Santos. A falta de consciência da população torna mais difícil a vida dos Agentes Ambientais que vivem em contato direto com o lixo, e ainda carregam o peso do preconceito social. ”As pessoas não enxergam a dignidade de nosso trabalho”, disse a senhora Carmen Dolores, 56 anos, Agente Ambiental.
          Segundo o Diretor de Departamento e Meio Ambiente de Pesqueira, Jarbas Holanda, a Sala Verde trabalha em parceria com os Agentes Ambientais, mas a população ainda não se conscientizou totalmente: “Orientamos a população para realizar a coleta seletiva, porém os agentes não têm acesso ao material, pois é necessário reeducar a sociedade. Muitos ainda não fazem a separação do lixo”.

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